O que parece história de desenhos animados aconteceu em Porto
Alegre, nesta segunda-feira. Na manhã de hoje, bombeiros escalaram uma
árvore para resgatar de lá uma gata de rua, que estava entre os galhos. Só que
a bichana ficou por lá seis dias, período em que a temperatura e o clima
variaram bastante – inclusive hoje foi o amanhecer
mais frio do ano na Capital, com 5,5°C .
Em prol da gata, uma verdadeira mobilização na
internet foi realizada. E ela começou com a nutricionista da Ufrgs Rita
Cherutti. Ela conta que chegou ao local do incidente, a rua Andaraí, na zona
Norte da cidade, após ligação de uma amiga. A situação em que o animal se
encontrava preocupou Rita, dona de cinco gatos: “Todos retirados das ruas”.
Desde a noite de domingo, Rita e um grupo de
amigos começou a ligar para o Corpo de Bombeiros, que chegou a ir ao local. Em
uma primeira tentativa, a cada vez que os bombeiros se aproximavam da gata, ela
subia para mais alto da árvore, ultrapassando o limite das escadas. “À noite,
eu estava embaixo de edredons na cama com meus filhos mais cinco gatos e
sentíamos frio. Imagina ela, lá em cima”, compadeceu-se Rita.
O capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Paz explica
que o grupo não tinha disponível equipamento do tamanho necessário para a
operação e por isso que a operação precisou ser adiada para a manhã de hoje.
Segundo o oficial, as escadas medem cerca de 9,5 metros de altura e o animal já
se encontrava a 15 metros do solo. O caminhão com auto-escada poderia chegar até
o topo, mas devido a questões logísticas, seu uso seria impossível no local.
“Era necessário que o homem estivesse na escada para poder resgatar a gata”,
acrescenta o capitão.
Foi o que enfim ocorreu na manhã desta
segunda-feira, quando o Grupamento de Busca e Salvamento do Corpo de
Bombeiros, usando trepas, subiram na árvore. Assustado, o bichano se afastou
ainda mais, até onde não havia mais para onde ir, sendo finalmente resgatado.
Depois da operação, a gata ficou aos cuidados do professor da Ufrgs Renato
Zamora. O resgate foi acompanhado por Rita, que cancelou os compromissos da
manhã e ver o salvamento.
Reclamações
quanto a atuação dos bombeiros
Apesar do final feliz, Rita reclamou da falta de
apoio das autoridades. Segundo ela, na noite de sábado, os bombeiros se negaram
a realizar a ocorrência, o que é desmentido veementemente pelo capitão Marcos
Paz: “Bombeiro não se nega a atender nenhum tipo de ocorrência”.
A mulher também conta que ligou para a Secretaria
Especial dos Diretos dos Animais e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Ambos órgãos da prefeitura teriam lhe respondido que o atendimento só
poderia ser realizado pelo Corpo de Bombeiros.
“Muitas foram as ligações de moradores do bairro,
e outras pessoas envolvidos com o sofrimento do pequeno ser, porém muitos
poucos realmente fizeram alguma coisa”, desabafou ela, no Facebook. “Quem ama
animais e resgata sabe a dificuldade que é conseguir pessoas que realmente
queiram ajudar.”
De acordo com o comandante do primeiro comando
regional dos bombeiros, tenente coronel Roge, o resgate de animais não é
necessariamente um trabalho dos bombeiros. “Fazemos o serviço até para evitar
que alguém suba querendo salvar e acabe se machucando, mas não temos
equipamento para tanto”, diz. Conforme ele, a responsabilidade nesse caso é do
GBS. No entanto, o oficial não sabe informar porque os atendentes do 193 não
chamaram o batalhão adequado e a gata ficou tanto tempo sem água, comida ou
maneira de descer.
“Gatos não descem, eles vão derrapando e caem. As unhas
deles são projetas para subir, não para descer. Ele ia pular, e morrer”,
esclarece Rita.
Fonte: Correio do Povo
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