
A partir de agora, as experiências
científicas com uso de animais no Brasil terão que obrigatoriamente ser
acompanhadas por veterinários.
A
exigência da presença desses profissionais foi determinada pelo Conselho
Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Na
prática, a maior parte dos laboratórios de pesquisa que utilizam animais para
experimentação científica e ensino, conhecidos como biotérios, já mantém
veterinários em suas equipes, segundo informações do Conselho Federal de
Medicina Veterinária (CFMV).
Consciência dos animais
Com
a medida, procedimentos como analgesia, eutanásia, administração de
medicamentos e óbito das cobaias, e a garantia de boas condições do ar e de
alimentação passam a ser competência e responsabilidade dos veterinários.
A
equipe de pesquisadores ficará responsável exclusivamente pelos estudos
científicos.
"Quem
pode avaliar se animal está sendo submetido a sofrimento ou dor, durante um
procedimento, em aula prática ou pesquisa, é o médico veterinário",
explicou Alberto Costa.
Os
cientistas já reconhecem que os animais têm seu próprio nível de consciência,
sendo capazes de experimentar sensações desde euforia à frustração, dor e
sofrimento intensos. "A presença do médico veterinário contribui para que
não ocorra essa situação de sofrimento", acrescentou o professor.
Formalidade
Mas
nem todos concordam que a medida vá garantir melhores bem-estar aos animais.
"Atualmente,
existem pessoas que não fazem sequer analgesia nos animais [submetidos às
experiências]. O pesquisador é pontual na pesquisa, mas nem sempre tem a
experiência de dia a dia com o animal", afirmou Carlos Müller, coordenador
do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
Para
ele, a nova norma, que cria mecanismos rigorosos de controle da experimentação,
trata apenas da assistência técnica e sanitária aos animais.
Substituição da pesquisa com animais
A
alteração nas regras sobre as cobaias reacende o debate sobre alternativas
que substituam o uso de animais em pesquisas, algo que está ocorrendo a passos
largos em todo o mundo.
Mas
não no Brasil, garante Müller, que garante que "Não existem métodos
substitutivos [no Brasil] porque falta investimento".
"Na
Europa, você vê fortunas investidas nesses métodos. Aqui [no Brasil], não
adianta ficar cobrando do pesquisador. Você até substitui aulas com métodos
alternativos, mas na pesquisa não," relatou.
Fonte: Diário da Saúde
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