Engajado na defesa do Meio Ambiente e
na luta pela proteção aos animais, o ex-deputado federal, escritor e jornalista
Fernando Gabeira falou no III Fórum de Debates sobre Políticas de Proteção
aos Animais. Nos 16 anos em que ocupou uma das cadeiras na Câmara dos
Deputados, Gabeira percebeu uma forte resistência na luta por estes direitos. O
prefeito José Fortunati foi colega do ambientalista em Brasília e o retrata
como revolucionário sempre dedicado à causa pública.
Segundo
Gabeira, existe, sim, preconceito e o argumento usado é atribuído ao
antropocentrismo, o qual favorece mais a condição dos homens do que dos
animais: “Esta é a base da dificuldade que existe hoje para colocar o tema na
agenda ou realizar regulamentações com relação a experimentos”. Para o
ambientalista, é preciso avançar em políticas públicas para garantir Direitos
aos animais, bem como na criação de políticas de proteção no âmbito nacional.
O presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Alexandre Postal, e o deputado Paulo
Odone entregaram cópia do Projeto de Lei que proíbe a atividade de cães de
guarda no Rio Grande do Sul. A intenção é que a proposta seja copiada pelos
demais estados para extinguir um mercado que traz sofrimento aos
animais.
Uso de
animais em experimentações científicas
Ao abordar a
utilização de animais em experimentações científicas, Fernando Gabeira
manifestou sua contrariedade a toda e qualquer prática que cause sofrimento
físico ou psicológico, relacionadas à produção de cosméticos, perfumes,
produtos para higiene pessoal, limpeza doméstica, lavagem de roupas,
suprimentos de escritório, protetores solares e vitaminas e suplementos.
Em um momento
de reflexão, ele se posicionou quanto às pesquisas que causam dor nos animais.
Na opinião dele, “hoje existe uma suposição generalizada de que as experiências
científicas podem ser benéficas para a humanidade. Porém, não revelam que
uma entre dez pesquisas pode ajudar a salvar a vida humana”. Segundo ele,
é necessária a regulamentação dessas pesquisas no Brasil, bem como a criação de
uma Comissão Técnica na Câmara Federal para avaliar todas as experiências
e comprovar se elas podem ou não ser realizadas.
Gabeira apontou uma sugestão: “Com o avanço da genética e da informática, futuramente,
essas ferramentas poderão substituir a utilização dos testes em animais. A boa
notícia é que estamos seguindo um potente caminho na conscientização dos
consumidores. Existem muitos produtos no mercado que não passaram por testes em
animais e tenho certeza que se as pessoas tivessem consciência disso, não
utilizariam o produto testado”.
Ele falou
ainda sobre as péssimas condições em que são expostos animais que vão para o
abate. São submetidos a tratamentos crueis, a exemplo da galinha que vive
em um espaço muito limitado, em condições inadequadas e superexpostas à luz
para aumentar a produção de ovos. “Os governos e gestores públicos deveriam
prestar mais atenção nestes casos”, disse.
Para o ambientalista, estar em Porto Alegre discutindo o tema “animais”
mostra a evolução de uma sociedade: “Uma civilização se mede por vários
parâmetros, pelo seu nível de avanço, inclusive, pela forma como os
animais são tratados e, nesta cidade, todos estão de parabéns”.
Fonte: Informativo SEDA de 07/12/12
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