O livro "A DESENCARNAÇÃO DOS ANIMAIS" é psicografado pelo espírito do veterinário Fabrício, que desencarnou na década de 70 e continuou cuidando dos animais não-humanos do "outro lado". No livo ele conta a história de Lívio, um dos colaboradores da colônia Celeiro dos Anjos, e, mais tarde, conta a sua própria história.
A HISTÓRIA DE LÍVIO:
Lívio é muito bondoso com todos e está sempre trabalhando. Tornou-se
um grande socorrista. Também foi médico-veterinário.
Desencarnou em 1956, aos quarenta e seis anos, vítima de um enfarte
fulminante. Era casado, tinha dois filhos, mas, apesar de ser um bom esposo e
bom pai, era muito ambicioso e, mesmo gostando de animais, às vezes não os
tratava bem. Não tinha muita paciência e só via lucro em tudo o que fazia. Muitas
vezes, recusava atendimento a animaizinhos de pessoas humildes, que não tinham
como pagar. Essas pessoas sofriam ao ver seus amiguinhos doentes, sem que nada
pudessem fazer. Quando Lívio desencarnou, foi para o Umbral, e lá ficou por algum
tempo. Além de ter usado a Medicina-veterinária só visando ao lucro, ainda
tornou-se um suicida.
Ele tinha um histórico na família de doenças cardíacas e,
sabendo disso, não se cuidava. Fumava em demasia, alimentava-se de comidas
gordurosas e abusava do álcool. Por isso teve enfarte. Usou seu livre-arbítrio
de maneira errada, para sua própria destruição. Lá, nessa zona inferior, pode
fazer uma avaliação de sua reencarnação, que foi praticamente perdida em
relação ao que ele havia se proposto, além de não ter cuidado de sua vestimenta
carnal, ou melhor, de seu corpo físico. O tempo que passou no umbral o fez
modificar-se e tornar-se uma alma nobre e dedicada à causa. Passou então à
trabalhar no socorro aos animais abandonados e maltratados pelo homem.
(...)
Foi a vez de Lívio voltar a reencarnar. Eu, Laís e outro
colaborador, chamado João, fomos nos despedir dele e assistimos ao seu
nascimento. Ele reencarnou em uma família de classe média, seus pais eram
pessoas boas. Sua missão era ser médico-veterinário, mas teria de fazer muitas
obras em prol de nossos irmãozinhos sofredores.
A HISTÓRIA DE FABRÍCIO:
Você deve saber para dar cada vez mais valor à nossa missão.
Todos nós erramos, e conhecer nossos erros é muito importante para nos
aperfeiçoarmos.
Há exatamente cento e oitenta anos, nós vivíamos na zona
norte do Rio de Janeiro. Não éramos pobres nem ricos, mas éramos ambiciosos. Você
era meu filho; sua mãe, doce e meiga, não gostava do nosso trabalho. Eu brigava
com ela, impunha as minhas vontades e até coloquei você para trabalhar comigo
bem cedo. Ela foi entristecendo e já não ligava para nós dois. Hoje sei que
estava errado, mas, na época, não me dava conta disso.
Um matadouro! Eu era o dono, e você me auxiliava. Eu não os
matava, mas você sim, quando faltava algum empregado.
Meu filho, erramos muito, mas já pagamos uma boa parte.
- Como pude ser um deles, Meu Deus! E eu, quando conversava
com Laís e Lívio, criticava esses homens cruéis.
Eles sabiam, mas não
tinham como tocar no assunto, nem queriam.
Fabrício, isso já passou e eles agora sentem orgulho de
você. Sabemos que Lívio reencarnou, mas, ele, quando estava ao seu lado, sentia
em você um grande médico; sabia que era um exemplo para a colônia. Por isso é
que não devemos odiar esses homens, meu filho, e sim ter compaixão por eles,
pois muitos que estão no Celeiro dos Anjos também foram um deles, assim como
você e eu.
Nossa vida foi muito sofrida. Sua mãe faleceu poucos anos
depois que nos deixou. Depois foi minha vez, e você ficou morando sozinho. Então
conheceu uma jovem, apaixonou-se e quis desposa-la, mas, assim que ela soube de
seu trabalho, desapareceu, com medo. Via em você um assassino. Você se revoltou
e descontava nos pobres animais toda a sua revolta. Nunca conseguiu se casar e
morreu sozinho, como um cão abandonado, pois ninguém sentia piedade de um
matador de animais. A matança que fazíamos era medieval; e ainda hoje em nada
ela difere.
Fui para o Umbral e lá fiquei anos, sofrendo por tudo o que
havia feito. Quando você chegou, eu ainda estava lá. Sofremos por nossos atos cruéis e, apesar do
sofrimento, não achávamos que estávamos errados. Por isso é que permanecemos lá
por muito mais tempo. O verdadeiro arrependimento só veio depois de longos
anos, e então trouxeram-nos para cá. Sua mãe nos perdoou e disse que voltaria
como sua mãe novamente para orienta-lo melhor, pois nos havia abandonado. Aqui estudamos
e trabalhamos. Então, ela reencarnou para cumprir o que prometeu: orienta-lo e
fazer com que você cumprisse a sua missão.
Seu pai (da última encarnação) era um antigo parente de
outras encarnações. Sua noiva Lígia era a moça que fugira de você. Se tivesse
ficado ao seu lado naquela época, com certeza o tiraria daquela vida, pois a
amava muito e faria o que ela pedisse. Como fugiu, contraiu um débito, pois
tinha prometido, antes de reencarnar, ajudar você.
--> Quanta tristeza senti ao saber de tudo! Levantei-me
do banco ode estávamos sentados, nos abraçamos e ele disse:
Perdoe-me, meu filho! Eu era tão ignorante moralmente. Perdoe-me”
por isso fui escolhido par ser o seu guia. Eu até poderia leva-lo a uma sala
onde você se lembraria de tudo, mas achei melhor não. Agora que sabe o passado,
para que reviver essas dores?
- Não, não precisa. Já foi o suficiente o que o senhor me
contou, e cada vez mais darei o melhor de mim para apagar essa história de
minha lembrança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se você irá apenas deixar o link do seu blog nem perca seu tempo,pois ele será deletado!