
Segundo o relato da estudante, que não quis ser identificada, duas turmas, com cerca de 40 aprendizes, utilizam dois cães - um deles seria a cadelinha chamada "Sol" - para praticar procedimentos, como retirada de sangue e aplicação de vacinas e injeções, durante as aulas práticas oferecidas pela Click Treinamentos. A conduta fere os princípios éticos postulados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MG).
"O uso de animais vivos para atividades de ensino é condenado até nos cursos superiores de medicina veterinária. O que dizer de casos em que são formados auxiliares? Mesmo nas práticas ambulatoriais mais simples, como a aplicação de injeções, a utilização de apenas dois cães para essa quantidade de alunos configura maus-tratos", afirma o presidente do conselho, Nivaldo da Silva. Uma resolução, editada pela representante federal da entidade, determina que os bichos não sejam reutilizados nos procedimentos clínicos, para minimizar o estresse e o sofrimento a que são submetidos. Nos casos em que são aplicadas técnicas invasivas, eles devem ser substituídos por animais mortos.
Outra irregularidade constatada pelo CRMV-MG é a realização de aulas práticas em locais onde só poderiam ocorrer aulas teóricas. Segundo a denúncia, a escola não tem estrutura ambulatorial e clínica para realizar os procedimentos. A entidade informou que irá investigar o caso e as atividades desenvolvidas pelo curso, que teve início há cinco meses e tem conclusão prevista para o final de março.
Outro lado. A direção da Click Treinamentos alegou desconhecer o uso de animais no curso, mas admitiu que a aula prática da última quarta-feira foi suspensa após a denúncia. Segundo a administração, seria a primeira vez em que cães seriam utilizados. O nome da veterinária responsável não foi informado.
Cursos para auxiliares preocupam veterinários
Os cursos para a formação de auxiliares de veterinária apesar do reconhecimento da ocupação pelo Ministério do
Trabalho e Emprego não são reconhecidos pelo Ministério da Educação ou pelo
Conselho Federal de Medicina Veterinária. Por ele ser considerado um curso
livre, cada escola pode determinar a grade curricular e a carga horária a serem
oferecidas os alunos. "Deveriam existir fiscalização e normatização das
escolas, para evitar que qualquer um possa abrir um curso desses, apenas para
faturar em cima dos estudantes", defende o diretor da Associação Nacional
de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, Manfredo Werkahauser.
Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária, a única exigência é que o curso seja supervisionado por profissional credenciado. "Isso torna difícil levantar informações sobre a formação dos auxiliares. Assim, a fiscalização se dá somente quando recebemos alguma denúncia e repassamos ao Ministério Público de Minas Gerais", esclarece o presidente Nivaldo Silva.
Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária, a única exigência é que o curso seja supervisionado por profissional credenciado. "Isso torna difícil levantar informações sobre a formação dos auxiliares. Assim, a fiscalização se dá somente quando recebemos alguma denúncia e repassamos ao Ministério Público de Minas Gerais", esclarece o presidente Nivaldo Silva.
Fonte: oTempo
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